Visitei Alfândega da Fé para conhecer a senhora Lurdes Ferreira e a sua produção de chouriça doce. Trata-se de um doce conhecido em muitos lugares transmontanos, feito com vários ingredientes, entre os quais se destaca o sangue de porco. A explicação é simples, dado que o doce se enquadra no contexto da matança do porco no Inverno e do aproveitamento de todas as partes do animal. E não é o único doce com sangue no nosso país.
Além de sangue de porco, a chouriça doce contém pão aos pedaços, amêndoa partida, canela, açúcar e mel. A tripa usada como revestimento é de vaca. Precisa de ficar no fumeiro três a quatro semanas, diz-me a senhora Lurdes. Depois, come-se em qualquer altura. E continuou dizendo: uma boa maneira de pôr as pessoas a comer sem saberem que tem sangue é dizer-lhes que são chouriças com chocolate. Não pude deixar de sorrir com a sugestão.

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I visited Alfândega da Fé to meet with Lurdes Ferreira and to watch her production of chouriça doce (sweet blood sausage). This is a very well-known sweet in many places in Trás-os-Montes, and it is made with several ingredients, among which pig’s blood stands out. The explanation for the ingredient is simple, as this sweet is made in the context of pig slaughtering in winter and in the context of the use of every part of the animal. And it is not the only sweet made with blood in the country.
Besides pig’s blood, the chouriça doce has bread and almonds in pieces, cinnamon, sugar, and honey. The tripe used as sheath comes from cows. Then it needs to be smoked for three to four weeks, Lurdes tells me. Afterwards, you can have it at any time of day. And she continued: a good way to make people eat it without knowing it has blood is to tell them that the chouriças are made with chocolate. And couldn’t avoid smiling at the suggestion. 

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