Segundo testemunhos vivos, como o da D. Maria Rosa Andrade, a receita da sardinha doce de Trancoso tem origem num convento de Santa Clara que ali havia. É muito provável, embora seja difícil saber exactamente como a receita nos terá chegado. Há também o facto de ser um doce com chocolate, o que é curioso, pois na doçaria conventual o chocolate é praticamente inexistente. Terá sido um acrescento tardio?
Desde 2010, a Confraria das Sardinhas Doces de Trancoso protege e divulga este belo docinho. Trata-se de uma massa tenra que envolve ovos moles, feitos com gemas, açúcar e amêndoa. Vai a fritar e depois mergulha-se cada sardinha em chocolate a ferver. O resultado pode não parecer uma sardinha, talvez mais uma trouxa. Com efeito, o nome deste doce conventual suscita-nos outra questão. Porquê sardinhas, para mais em Trancoso, que fica bem no interior do país? Uma coisa é certa: são doces e muito, muito saborosas.

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According to living testimonies, such as that of D. Maria Rosa Andrade, the recipe for the “sardinha doce” (sweet sardine) of Trancoso comes from a certain convent of Santa Clara that existed in this town. This is very likely, although it is difficult to know exactly how the recipe came to us today. There is also the curious fact that it has chocolate in it, for chocolate is practically non-existent in conventual sweets. Was it added later?
Since 2010, the Brotherhood of the Sweet Sardines of Trancoso protects and promotes this nice-looking sweet. It consists in a soft dough that involves “ovos moles”, which is made with egg yolks, sugar and almonds. You fry it and then dip each sardine into boiling chocolate. The result may not look like a sardine, maybe more like a dumpling or a sack. In fact, the name of this conventual sweet raises another question. Why sardines, for more in Trancoso, which is well inside the country? One thing is certain: these sardines are sweet and very, very tasty.

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